Requerimento apresentado por líderes batistas à 102° Assembléia da Convenção Batista Brasileira

À Comissão de Assuntos Especiais da
102ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira

*Considerando* que o último pronunciamento do presidente da Convenção Batista Brasileira, durante o período de campanha às eleições presidenciais, a respeito de posicionamento do Dr. Pr. Sérgio Dusilek, então presidente da Convenção Batista Carioca, apresentou conteúdo impreciso, quais sejam:
*a)* Declarou que o posicionamento da CBB se deu em desfavor de “posicionamentos enganosos”, referindo-se à fala do Dr. Pr. Sérgio Dusilek em encontro com o então candidato, hoje nosso presidente, Luís Inácio Lula da Silva;
*b)* Declarou representar uma instituição democrática, mas vem a público fazer objeção a um pronunciamento de um indivíduo no pleno exercício de sua liberdade democrática, falando rigorosa, verdadeira e não publicitariamente, “dentro das quatro linhas da Constituição”;
*c)* Deu a entender que o Dr. Pr. Sérgio Dusilek falou em nome da Convenção Batista Brasileira;
*d)* Afirmou que a Convenção Batista Brasileira representa 33 Convenções Estaduais, o que não é estatutariamente verdadeiro, pois nem em nome das igrejas filiadas a CBB pode falar;
*e)* Afirmou que a CBB é formada por 14 mil templos, quando a CBB é formada por igrejas, portanto, informação imprecisa em número e em natureza;
*f)* Afirmou: “declaramos nossa contrariedade e indignação com relação a qualquer pessoa que venha a se posicionar politicamente em nome da CBB”, quando Dr. Pr. Sérgio Dusilek não citou, muito menos falou em nome da CBB;
*g)* Referiu-se aos membros das igrejas batistas como “nossos membros”, quando nenhum membro de igreja batista é membro da CBB, pois esta é formada de instituições chamadas igrejas, com CNPJ , não com CPF;

*Considerando* que o pronunciamento teve por objetivo atacar uma pessoa, um crente, um pastor batista, um líder denominacional, em sua liberdade de expressão que em nenhum momento falou em nome da Convenção Batista Carioca, muito menos da Convenção Batista Brasileira ou dos batistas brasileiros;

*Considerando* o óbvio uso de “dois pesos e duas medidas” adotados nos últimos anos, em pronunciamentos ou posicionamentos políticos de presidentes da Convenção Batista Brasileira, demonstrando claramente suas preferências e suas aversões político-partidário-ideológicas, como por exemplo:
*a)* O presidente da CBB (2018-2019) instrumentalizou o cargo para convidar o povo batista a jejuar, (para que Deus se tornasse aliado do membro de sua igreja, então procurador do Ministério Público e hoje Deputado Federal Deltan Dallagnol?) e movesse o coração do Supremo Tribunal Federal – STF – contra o agora nosso Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, além de instrumentalizar o cargo para publicar material produzido por membro de sua igreja, referente ao slogan publicitário de campanha política “ideologia de gênero”, utilizado pelo candidato JMB para acusar falsamente o Ministério da Educação dos governos do PT;
*b)* O presidente da CBB (2020-2021) em face de um documento produzido por um grupo de batistas se opondo à postura errada, debochada e insensível do presidente JMB frente aos sofrimentos do povo brasileiro durante a pandemia do Covid, repito, o presidente da CBB imediatamente veio a público informar que aquele grupo não representava a CBB, mas silenciou quando um pastor batista, aliado de JMB, foi acusado de corrupção no Ministério da Saúde, em casos de venda superfaturada de vacinas, amplamente divulgados na imprensa e viralizado nas redes sociais;
*c)* O presidente da CBB (2022-2023):
– silenciou quando a OPBB-SP realizou culto no auditório do Colégio Batista Brasileiro e convidou aliados de JMB para orar por eles (caso que viralizou em face de protesto feito por um pastor presente);
– silenciou quando o conhecido líder batista, Pr. Aloisio Penido, levou o candidato JMB ao púlpito da PIB de Juiz de Fora, inclusive pedindo benefícios fiscais em favor dos pastores;
– silenciou quando o pastor Luiz Antônio Rodrigues Vieira, da PIB em Piabeta, RJ, manifestou seu ódio aos nordestinos, inclusive declarando que não viria à 102ª Assembleia no Recife, pelo fato do candidato JMB ter sido derrotado em todos os Estados da região;
– silenciou quando bolsonaristas, em ato terrorista, destruíram o Palácio do Planalto, STF e o Congresso Nacional em 8/1/2023,
– MAS não hesitou em atacar o Dr. Pr. Sérgio Dusilek, então presidente da Convenção Batista Carioca, por sua manifestação pessoal, ética e legal, de apoio ao então candidato e hoje nosso Presidente da República do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva.

*Considerando*, finalmente, nosso compromisso com a verdade, tão bem expresso no tema anual 2023 da Convenção Batista Brasileira: “proclamemos a verdade ao mundo”

*PROPOMOS*:

1. Que esta 102ª Assembleia aprove pedido de desculpas ao Dr. Pr. Sérgio Dusilek pelos danos que o pronunciamento do presidente da CBB causou à sua vida, seu ministério e sua gestão à frente da Convenção Batista Carioca;

2. Que o Conselho publique, na próxima Assembleia os pronunciamentos feitos pelos presidentes da CBB, a partir de 2014;

3. Que doravante, todos os pronunciamentos feitos pelos presidentes no decorrer do ano, sejam publicados no Livro do Mensageiro da Assembleia seguinte, para referendo;

4. Que o Conselho informe na próxima Assembleia se há alguma decisão sua ou de alguma Assembleia da CBB definindo qual seria o posicionamento político-partidário-ideológico de CBB;
5. Que o conselho apresente na próxima Assembleia quem são as pessoas que assessoraram os presidentes e assessoram o atual em seus pronunciamentos e quais os critérios usados para se pronunciar ou silenciar;

6. Que as lideranças da CBB e suas organizações, revejam suas posturas antidemocráticas de excluir escritores e palestrantes batistas de suas publicações e eventos, bem como de marginalizar líderes batistas, fieis à Declaração de Princípios e Declaração Doutrinária da CBB, por não se afinarem aos pensamentos político-partidário-ideológicos de quem está ocupando transitoriamente cargos decisórios na CBB e suas organizações;

7. Que a Convenção Batista Brasileira faça, através de todas as mídias disponíveis, ampla e permanente campanha em favor do cumprimento dos princípios batistas relacionados às liberdades individuais e, por isso, inevitável pluralismo interno, à luz desses documentos, visando minimizar os efeitos diabólicos e deletérios do pensamento uniforme.;

Recife, 21 de janeiro de 2023

* O MBP está promovendo a divulgação da íntegra do documento apresentado.

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